Prefeitura de Guarujá estuda implantação de pátios para caminhões

Um projeto de lei que deverá ser analisado pela Câmara de Encontra Guarujá na próxima terça-feira pode destinar áreas nos bairros Esplanada do Castelo, Jardim Alvorada, Jardim Maravilha e Jardim Santana, todos em Vicente de Carvalho, para serem utilizadas como pátio de caminhões.

Mas, apesar do projeto de lei encaminhado pelo Executivo ainda não ter sido apreciado, ele gerou ampla discussão na última sessão da Câmara. Em sua justificativa para a aprovação da demanda, a prefeita Maria Antonieta de Brito ressalta a necessidade premente do Município disponibilizar aos caminhoneiros espaços para que possam guardar seus veículos de trabalho, desafogando as ruas do distrito.

Alguns dos lotes foram desapropriados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) em 1974 para a construção da antiga Piaçaguera (hoje Rodovia Cônego Domênico Rangoni). “Os cortes efetuados no loteamento acabaram por descaracterizar a destinação das áreas e desde então a via vem sendo tomada pelo grande número de caminhões que transitam na Cidade por força da característica portuária”, justifica o projeto.

A Prefeitura destaca ainda que as áreas foram declaradas de utilidade pública, por meio de um decreto municipal aprovado há quatro anos, “por serem necessárias para a implantação do projeto de desenvolvimento econômico do Município como áreas retroportuárias”.

Sobre isso, o vereador Marinaldo Nenke Simões (DEM) foi taxativo. “O estacionamento de caminhões é problema das empresas do Porto. Por que elas não criam vagas para caminhoneiros? O Poder Público tem culpa porque não obriga um pátio para os caminhões nas empresas. Quer dizer: aprovam a operação de um pátio de conteineres, mas os caminhões têm que ficar na rua? O que a gente vê nessa Cidade é uma verdadeira bagunça”.



O pedetista Gilberto Benzi (PDT), também vice-presidente da Associação Comercial dos Transportadores Autônomos (ACTA), concordou com Nenke. “Sempre coloquei isso como omissão do Poder Público”. Segundo ele, quando a Acta foi inaugurada, em 1984, realmente a Rua Idalino Pinez era conhecida como Rua do Adubo porque a maior parte da carga era de fertilizantes. “Mas hoje o nome deveria ser Rua do Conteiner, porque mais de 50% das operações são deste tipo. Nem 5% são mais de fertilizante. E o que a Prefeitura fez?”.

Benzi e Nenke concordam ainda em outro ponto: a situação não será resolvida com a desafetação das quatro áreas. “Vai tirar uns 200, 300 caminhões da rua, mas hoje o movimento já passa de 1 mil. Isso não vai resolver nada, só vai amenizar”.

E sobrou até para o ex-vereador Luiz Carlos de Paula Coutinho (PRB), hoje à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Portuário da Prefeitura. “É uma ótima pessoa, mas não entende nada de Porto. Se eu estivesse na pasta, diria para as empresas que não quisessem montar pátio: ou vocês se adequam ou eu casso o alvará”.

O líder do PMDB na Câmara, Cândido Garcia Alonso, não deixou Benzi sem resposta. “Se hoje temos na pasta um secretário que não conhece a realidade, na administração anterior era o presidente da sua associação (Ribamar Brandão, do PSB)”. E defendeu o projeto. “O estacionamento público tem que atender a caminhoneiros de Guarujá, e não de fora. Há necessidade de se aprovar essas áreas para retirar a grande quantidade de carretas que estacionam na rua”.

Fonte: Jornal A Tribuna





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