A prefeita da cidade de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB), e o ex-secretário executivo de Coordenação Governamental, Ricardo Joaquim de Oliveira (PPL), assassinado na noite de quinta-feira, estavam recebendo ameaças de morte desde o fim do ano passado.
Por esse motivo, ambos já haviam solicitado formalmente à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) uma proteção especial. No entanto, o pedido foi negado, segundo informações de uma fonte da área política muito influente na Cidade, obtidas com exclusividade por A Tribuna.
“Quando estive pessoalmente com ambos, há cerca de 40 dias, eles disseram que o secretário de Segurança Pública (Antonio Ferreira Pinto) subestimou o pedido. O Estado alegou que não tinha condição de colocar uma proteção permanente para esta finalidade”, diz essa fonte, que pede anonimato.
Diante da recusa da SSP, Maria Antonieta e Joaquim receberam a recomendação para a contratação imediata de uma empresa de segurança privada para protegê-los 24 horas.
Em paralelo, foi sugerido que os dois pedissem o auxílio ao Ministério da Justiça. “Desde o início dos rumores de ameaças, falei que elas não poderiam ser ignoradas, devido ao histórico de execuções por motivos políticos em Guarujá. Uma parte da Cidade já tinha conhecimento disso”, frisou.
Conforme apurado por A Tribuna, o ex-homem forte da atual Administração teria sofrido uma ameaça de sequestro, em dezembro passado.
Em janeiro deste ano, Joaquim chegou a procurar um delegado da Cidade para fazer BO, devido às ameaças de morte que recebia. Porém, não seguiu com a ideia. “Infelizmente, o recuo foi um grande erro”, lamentou uma pessoa que era muito próxima à vítima.
Confirmação
Durante a cobertura jornalística sobre o assassinato do ex-secretário de Governo e ex-presidente municipal do PPL, era comum personalidades e políticos se manifestarem sem serem identificadas, o que demonstra o clima de insegurança que predomina na Cidade e o temor por represálias.
O presidente do diretório estadual do PPL, Miguel Manso, classifica o assassinato como um ato “covarde”. “Todo mês o Joaquim recebia ameaças. Amigos vinham dizer que a morte dele já estava encomendada. Foi um crime bárbaro, motivado por aqueles que pretendem um conluio entre os interesses pessoais e o Poder Público”.
Representantes da legenda também desmentiram os boatos de que Joaquim pretendia sair candidato a prefeito.
Na verdade, estava sendo negociada a participação dele como vice de Maria Antonieta, que disputará a reeleição. A atual secretária municipal de Educação, Priscilla Bonini, é o nome mais cotado para ser vice e foi alvo de críticas recentes de Joaquim.
Manso explica ainda que a sigla pretende fazer parte do arco de alianças de apoio à reeleição da atual prefeita na campanha deste ano.
Resposta
A Prefeitura de Guarujá informou que não iria se manifestar sobre o pedido de proteção especial feito ao Estado. A chefe do Executivo estava desde segunda-feira nos Estados Unidos, onde participava de um curso de Gestão e Governança Pública e chega somente hoje ao Brasil.
Após fazer uma reunião com a equipe, Maria Antonieta deverá conceder entrevista coletiva à imprensa amanhã ou na segunda-feira. A assessoria da Administração explicou ainda que já solicitou ao Governo do Estado uma reunião para impedir que crimes políticos cometidos na Cidade fiquem impunes.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança diz que precisa de mais detalhes sobre o pedido da prefeita, de proteção. Como a data e a forma da solicitação.
Fonte: Jornal A Tribuna